segunda-feira, 22 de julho de 2013

História do Teflon

Politetrafluoretileno (Teflon)


Teflon® é uma marca que está presente em produtos domésticos que usamos no nosso cotidiano, indo de camada antiaderente de nossas panelas e utensílios culinários ao impermeabilizante que cobre as roupas que vestimos. No entanto, a evidência está vindo à luz de que este químico milagroso não é nada seguro como a DuPont há anos tem nos feito acreditar. Documentos que já estão na Justiça e internos da transnacional mostram que a DuPont® vem acobertando,  há décadas, os verdadeiros perigos do Teflon. 

A História do Teflon

6 de abril de 1938 foi daqueles momentos de total acaso para o Dr. Roy J. Plunkett do Laboratório Jackson da DuPont em New Jersey. Este é um momento que todo o cientista sonha, mas muito poucos experimentam. O Dr. Plunkett, estava trabalhando com uma amostra do gás de congelamento Freon® , parente do gás clorofluorcarbono (CFC), que havia sintetizado através de uma reação química do tetrafluoretileno (TFE) (um gás que se mantém em condições ambientais) com ácido clorídrico. Ele tinha a esperança de que este gás, o CFC, pudesse ser empregado também como um produto para refrigeração. Jack Rebok, assistente do laboratório do Dr. Plunket, removeu o recipiente de gelo seco e conectou-o a um aparato de reação química e tentou a liberação de alguma coisa do TFE dentro da câmara quente, dentro do qual ele pretendia aspergir o HCL. Quando abriu a válvula, nada apareceu. Plunkett e Rebok inspecionaram a bomba, agitando-a. A princípio, parecia não haver nenhuma coisa errada nela. No entanto, subitamente um pouco de um pó branco espalha-se. Eles inspecionaram todos os cilindros de TFE e descobriram que dentro de cada um havia uma camada de uma cera branca que Plunkett identificou como um material polimerizado chamado politetrafluoretileno (PTFE) (1,2). Foi uma descoberta significativa já que até aquele tempo acreditava-se que tanto o etileno clorado como o etileno fluorado não poderiam ser polimerizados. Tentativas de polimerizar estes materiais sempre falharam no passado (2). 
Este novo polímero parecia quase indestrutível e suas qualidades prometiam torná-lo lucrativo se eles encontrassem um mercado certo. Foi patenteado em 1944 e usado primeiro para forrar o equipamento usado para o processo de enriquecimento do gás hexafluoreto de urânio U-235 para o Projeto Manhattan (nt.: este era o nome do projeto que desenvolvia a bomba atômica) durante a II Grande Guerra. A DuPont reservou sua inteira produção para o uso bélico do governo no período da duração da guerra e mais ou menos 2/3 dele foi empregado no Projeto Manhattan (2).
Quando a guerra terminou, a DuPont tinha que encontrar um novo uso para este seu polímero. Em 1953, o Teflon foi comercializado para uso comercial e em 15 de dezembro de 1960 o “satisfritador” T-fal chega ao mercado para ser comercializado no magazine Macy’s onde logo se esgota. Em pouco tempo todo mundo nos EUA e na maioria do mundo industrializado cozinha com panelas com a camada antiaderente da marca Teflon. O produto chamado Teflon, na verdade, foi feito com uma grande variedade de polímeros (nt.: mais ao final deste texto está a lista deles), começando com o PTFE, a resina original; foi seguido pelo propileno etileno fluorado (nt.: fluorinated ethylene propylene – FEP), introduzido em 1960; Tefzel® um copolímero de etileno e tetrafluoretileno (ETFE), em 1970; e o álcool perfluorado (PFA) em 1972.
Olhando para trás quanto à síntese espontânea deste material milagroso, deveria-se ser tentado de lançar mão de um provérbio sobre o cuidado: “se alguma coisa parece ser verdade, provavelmente é.” Suas propriedades físicas e químicas sozinhas poderiam ter sido suficientes para deixar alguém com a pulga atrás da orelha. De acordo com Plunkett, “esta substância intrigante é um termoplástico, derrete-se a temperatura aproximando-se do calor na faixa do vermelho, evaporando a seguir. Queima sem resíduos e a decomposição produz vidro como se fosse entalhado.” Também observou que era insolúvel em água fria e quente, no Freon 113, no éter, acetona, éter de petróleo, álcool, tolueno, piridina, éter acetato, ácido acético glacial, ácido sulfúrico concentrado, nitrobenzeno, álcool isoanil, hidróxido de sódio, orto dicloro benzeno e ácido nítrico concentrado. A nova substância não carboniza ou derrete quando exposta a temperatura da solda de ferro ou em arco elétrico. Não houve degradação pela prolongada exposição à luz solar. Não apodreceu ou expandiu num ambiente úmido e foi impenetrável a bolor e fungos (2). Mas, nos anos quarenta a capacidade da propriedade acumulativa de certos químicos não era compreendida. Os cientistas não haviam ainda se conectado com os efeitos cumulativos das substâncias químicas sintetizadas como ocorre com o DDT e as dioxinas.

 

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